Total de visualizações de página

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Jack Elliot - Ramblin Jack Elliot takes the floor

Nessa breve caminhada pelos 1001 Discos, esse é a segunda feliz surpresa entre os que até agora escutei. Não achem, no entanto, que os outros até então tenham sido ruins. Muito pelo contrário! Mas é que não haviam me surpreendido da forma como esse dois me surpreenderam.

Um deles foi “The wildest!” de Louis Prima e o outro é esse: “Takes the floor” do fantástico “Ramblin’” Jack Elliott.
Assim que você baixa a agulha no vinil (quem me dera! Eu só cliquei no play!) as particularidades deste disco são perceptíveis.



Assim que terminei de ouvir todo o disco, fiz uma pesquisa básica cruzando o nome de Eliiott com o nome de diversos outros artistas, tais como Lou Reed, Bruce Springstein, Johnny Cash e todas essas pesquisas retornaram os mesmos resultados. Todos apresentavam ligação entre si.

“Ramblin’” Jack Elliott foi reconhecido, em 1998, como um tesouro americano pelo Presidente Bill Clinton, pela sua influência na música norte-americana. Foi Jack a ponte entre Woody Gutherie e vários outros folk singers, entre todos os grandes já citados um merece menção especial: Robert Allen Zimmerman, vulgo Bob Dylan.
Podem me apedrejar. Não sou um fã de Dylan. Assim como não gosto de Raul Seixas. Eu sei que nessas duas frases acabei de fazer vários inimigos, mas tudo bem. J

Mesmo não apreciando toda obra de Dylan, é inegável que sua maestria na composição de canções tem muita semelhança com a de Jack Elliott.

Jack takes the floor é um disco com muita improvisação, isso se não tiver sido totalmente improvisado. Basta ouvir algumas faixas pra se ter certeza disso. Muitas canções faladas, quase todas sendo iniciadas com uma breve história sobre o que será cantado.

É fácil perceber quando Jack começa a “enrolar” e criar sequências na música que não tinham porque estar lá. Claro, tudo isso trás um charme todo especial da época onde a música não precisava ser estéril de tão cristalina e com os acordes no tempo certo e vozes sempre “afinadas”.

Um exemplo é “Old Blue”, uma canção sobre um cachorro. Tem até um latidinho no fundo da música a certa altura.

06 Old Blue by rafaelramires

Em resumo, o disco inteiro merece ser ouvido porque ele é puro e honesto, acompanhado somente por violão e alguma harmônica, de vez em quando, fazendo com que o som pareça ter sido tocado em uma roda de amigos.
Jack não precisar provar nada para ninguém. Já tinha a notoriedade suficiente para fazer um disco como esse. Um disco extremamente autêntico. Obrigatório de ser escutado.

Será que até chegar a vez de Dylan eu vou mudar de opinião?

Veredito final: música de verdade, tocada e cantada de verdade.

Próxima vítima: Sarah Vaughan – Live at Mr Kelly’s. E por falar em improvisação...

Nenhum comentário:

Postar um comentário