Total de visualizações de página

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Billie Holiday - Lady in satin

Ao iniciar a caminhada dos 1001 passos, eu já sabia de antemão que vários me surpreenderiam de maneira agradável, assim como alguns desses passos seriam torturantes.
Deparo-me com o primeiro desses aflitivos passos.
Em “Lady in satin”, Billie Holiday ,apesar de estar com 40 e poucos anos, sua voz soa como a de uma sexagenária. Todo o brilho das antigas interpretações se esvaiu no vício da heroína. Não que Billie tivesse uma voz potente ao estilo Ella Fitzgerald ou Aretha Franklin, mas era, sem dúvida, dotada de mais melodia que nos registros de “Lady in satin”.



A interpretação de Billie nos faz crer que ela carregava pedras enquanto cantava dado esforço físico que chaga a ser visível só de ouvi-la.

Esse foi visto como o ocaso da grande estrela do jazz nos anos 30 e 40.

Um registro de uma interpretação cheia de emoção, assim como ouvir Janis Joplin se esguelhar, faz bem aos ouvidos e ao coração.

Nesse caso em especial, dá até vontade de chorar em certas partes. Eu aguentei e perseverei até o último verso da última faixa em nome da minha empreitada. Mas digo do fundo do meu coração que foi difícil. Muito difícil.

Em resumo: um disco para poucos. Comparável a ficar ajoelhado no milho. Duranteo castigo, cada minuto parece durar uma eternidade. Depois que você levanta, ficam as marcas. E você se lembra de cada grão no qual ficou em cima. “Lady in satin” é assim.

Veredito final: poucos artistas teriam os culhões da fazer o que Billie fez. Só por isso, é um disco digno de figurar entre os 1001. Mesmo sendo um dos quais você certamente ouvirá uma vez apenas.

Próxima vitima: Jack Elliott – Jack takes the floor. Uma pérola! Mais um disco que me fez adorar ter começado a ouvir os 1001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário