Conversando com uma colega do doutorado há alguns dias sobre música, acabei falando sobre minha filha. Papo vai, papo vem, disse que minha filha se chama Ana Júlia. Na mesma hora ela me perguntou se o motivo era a música “Ana Júlia” dos Los Hermanos.
Engraçado como a música realmente ficou famosa. Inegável também é a sua qualidade. Como Beatlemaníaco que sou, só o fato de George Harrison ter gravado a mesma, já atesta sua qualidade (apesar de alguns dizerem o contrário).
Mas hoje não quero falar de música e sim da história por trás dessa. Minha história.
Minha esposa estava grávida, mas ainda não era possível saber se era uma menina ou um menino. Ainda não tínhamos nenhum nome que fosse preferido. Eu tinha algumas idéias para nomes de menino (não que eu preferisse um menino. Para mim sempre foi indiferente), mas todas elas foram providencialmente rejeitadas pela minha mulher. Eu sei que algumas mulheres têm uma sensibilidade ou um sentido mais aguçado. Sim! Algumas mulheres. Não todas. Mas, enfim, minha mulher tem “insights” que às vezes me deixam meio cabreiro. Um desses aconteceu quando estávamos na festa de quinze anos da minha irmã. Estávamos conversando, da forma que dava, por causa do som alto, quando “Ana Júlia” começou a tocar. Segundos de hesitação. Palavras da minha mulher: “tenho certeza que será uma menina”. O resto não precisa ser dito.
Postei há alguns minutos o vídeo “Maybe I’m amazed” do Paul McCartney. A música foi escrita para Linda Eastman (ou McCartney. Não sei se na época já eram casados) no momento da separação definitiva dos Beatles, pelo suporte que ela traria para Paul nesse momento. Mas analisando por uma ótica simples, sem saber desse fato, é uma música que um homem dedicaria a uma mulher que fosse um pilar em sua vida. Quando ouço ela me lembro de todas as mulheres da minha vida. Sem exceções!
Cito uma em especial.
Minha filha se tornou um pilar para minha vida.
Incrível como ser homem faz de nós seres autossuficientes na medida em que damos às nossas vidas os rumos que queremos.
Ser pai tira das nossas mãos essa autossuficiência e nos põe nas mãozinhas de um serzinho que não sabe nada da vida. Só quer ser amado e guiado da melhor maneira possível.
Ser pai é isso. Que maravilha!