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terça-feira, 31 de maio de 2011

Um pouco de história....

Conversando com uma colega do doutorado há alguns dias sobre música, acabei falando sobre minha filha. Papo vai, papo vem, disse que minha filha se chama Ana Júlia. Na mesma hora ela me perguntou se o motivo era a música “Ana Júlia” dos Los Hermanos.

Engraçado como a música realmente ficou famosa. Inegável também é a sua qualidade. Como Beatlemaníaco que sou, só o fato de George Harrison ter gravado a mesma, já atesta sua qualidade (apesar de alguns dizerem o contrário).

Mas hoje não quero falar de música e sim da história por trás dessa. Minha história.

Minha esposa estava grávida, mas ainda não era possível saber se era uma menina ou um menino. Ainda não tínhamos nenhum nome que fosse preferido. Eu tinha algumas idéias para nomes de menino (não que eu preferisse um menino. Para mim sempre foi indiferente), mas todas elas foram providencialmente rejeitadas pela minha mulher. Eu sei que algumas mulheres têm uma sensibilidade ou um sentido mais aguçado. Sim! Algumas mulheres. Não todas. Mas, enfim, minha mulher tem “insights” que às vezes me deixam meio cabreiro. Um desses aconteceu quando estávamos na festa de quinze anos da minha irmã. Estávamos conversando, da forma que dava, por causa do som alto, quando “Ana Júlia” começou a tocar. Segundos de hesitação. Palavras da minha mulher: “tenho certeza que será uma menina”. O resto não precisa ser dito.


Postei há alguns minutos o vídeo “Maybe I’m amazed” do Paul McCartney. A música foi escrita para Linda Eastman (ou McCartney. Não sei se na época já eram casados) no momento da separação definitiva dos Beatles, pelo suporte que ela traria para Paul nesse momento. Mas analisando por uma ótica simples, sem saber desse fato, é uma música que um homem dedicaria a uma mulher que fosse um pilar em sua vida. Quando ouço ela me lembro de todas as mulheres da minha vida. Sem exceções!

Cito uma em especial.

Minha filha se tornou um pilar para minha vida.
Incrível como ser homem faz de nós seres autossuficientes na medida em que damos às nossas vidas os rumos que queremos.

Ser pai tira das nossas mãos essa autossuficiência e nos põe nas mãozinhas de um serzinho que não sabe nada da vida. Só quer ser amado e guiado da melhor maneira possível.

Ser pai é isso. Que maravilha!

domingo, 29 de maio de 2011

Thelonious Monk – Brilliant Corners


A maior escola de jazz que tive foram os episódios da “Pantera-Cor-de-Rosa”. Neles, uma trilha sonora de fundo (impossível alguém que não tenha ouvido) faz o acompanhamento dos episódios sem fala da pantera. Henry Mancini e sua orquestra introduziram o linguajar “jazzístico” nos ouvidos da garotada da minha idade.


Essa, vocês também conhecem (acho!). “Linus and Lucy” do desenho Snoopy! JAZZ!


Tudo isso para dizer que esse ritmo um tanto esquisito para maioria das pessoas além de influenciar vários outros que viriam, está intimamente presente sem que muitos se deem conta. Então, como dá pra se ver, o jazz fazia parte dessas coisas que eram comuns de se escutar na infância (pelo menos lá em casa). Natural que, para mim acabasse se tornando algo “não chato”, e, ao escutar esse disco de Thelonious Monk, alguns detalhes acabam me chamando a atenção.


Não vou falar de detalhes em específico de nehuma das músicas. Só chamar a atenção para o nível de experimentalismo atingido por Thelonius. Como havia dito no post anterior, ele pode ser considerado um cientista. Uma das características marcantes é a improvisação a todo o momento. As melodias que apresentam verdadeiras “esquinas” no andamento. Explicando a minha interpretação: quando você “acha” que a melodia vai prosseguir de uma maneira que seu cérebro espera, você acaba surpreendido com variações inesperadas. Uma característica nos improvisadores, tal como Wynton Marsalis, em Cherokee, no exemplo abaixo.


Enfim, em momentos eu acabo me emocionando com o texto e todas as lembranças da época de menino.

Ao escutar esse disco acabo chegando a conclusão que cresci, mas não perdi o menino que há dentro de mim, sentado vendo “Pantera-Cor-de-Rosa” e comendo bolo Ana Maria recheado ao som de Henry Mancini...

Veredito final: Tenho muitos motivos pra gostar desse disco. Mas sou sincero de dizer que ele não é tão palatável como os demais até o presente momento.

Próxima vítima: Sabu – Palo Congo. Santeria quer dizer algo pra você? Esse é “invocadaço”!!!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Count Basie – The atomic Mr. Basie


Veja a capa ao lado. Reflita. Qualquer disco que ostente um cogumelo atômico em sua capa deve conter um ritmo digno da representação deste tipo de “liberação de energia”. “The atomic Mr. Basie” por William James “Count” Basie é mais um disco de jazz deste início de lista. Assim como os outros discos de jazz que por mim foram comentados até então, este é mais um exemplo da criatividade e versatilidade que músicos de jazz estavam apresentando ao paladar dos ouvintes da década de 50. Tá bom! Falando assim até parece que não passa de “mais” um de tantos já citados. O detalhe é que cada álbum de jazz por si só traz uma gama absurda de novidades. Todo tipo de alteração sutil, resultava muita diferença no final. Os melhores exemplos deste disco estão em “Fantail” e “After supper” são bons exemplos do estilo de música apresentada neste disco. Enquanto “Fantail” trás um solo de bateria de tirar o fôlego, “After supper”, como o próprio nome traduzido seria “Depois da ceia”, tem clima de depressão pós-prandial típica de um jantar farto. Dá vontade de dormir de tão lenta! Durante os 39:30 minutos do disco vários temas são apresentados, desde os mais delicados (“Li’l Darlin’”) aos mais agitados (“Whirly-Bird”) ilustraram a sonoridade que Count Basie conseguiu com este disco.

Eis aqui um exemplo da Bigband de Count Basie.


Assim como no livro de Robert Dimery cita em seu livro, dá pra se ter a noção da economia de Basie ao piano, deixando seus músicos brilharem, e sendo nada mais que “na medida certa” na parte que lhe cabe. Ao fim do vídeo dá pra se ter uma noção do solo de bateria que havia falado antes. Se bem que em “Fantail” é muito melhor!

Não poderia deixar esse texto sem uma palhinha de “Fantail”, claro!

Fantail by rafaelramires

Engraçado como depois de alguns discos de jazz, você passa a ter a idéia de onde o rock pegou emprestado certos movimentos. Como amante do rock não posso deixar de acrescentar um comentário pessoal. Ouvi muito Glenn Miller Orchestra quando era criança. Glenn Miller foi líder de uma Bigband das mais famosas entre 1939 e 1943. Ao ouvi-lo é clara a influencia que o mesmo teve sobre artistas que viriam a seguir. Afinal, nada veio do nada. Por isso mesmo é inegável a evolução de todos esses ritmos no que conhecemos atualmente como Rock e todas as suas vertentes (menos o Restart!). Tenho dito!

Veredito final: Assim como os demais exemplares de jazz da lista, este é obrigatório! Fator Pula Faixas baixíssimo! Uma ouvidinha em Glenn Miller fará você unir as pontas soltas entre o jazz, Bigbands e Rock’n Roll.

Próxima vítima: Thelonius Monk – Brilliant Corners. Thelonius. Um verdadeiro cientista do jazz.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Buddy Holly - The "Chirpin" Crickets


Se há um artista da década de 50, presente na lista dos 1001 Discos que soa incrivelmente atual (tomadas as devidas proporções, claro!), este é Buddy Holly.


Um dos primeiros artistas a ser incluído no Rock’n Roll Hall of Fame, é notadamente o mais influente de todos os seus contemporâneos. Para quem já ouviu pelo menos uma vez Beatles (existe alguém na Terra que não tenha ouvido Beatles????) é impossível não notar a semelhança. Os próprios Beatles jamais negaram a influencia de Buddy Holly. Meu blog não é dedicado à previsões futuristas ou coisas do tipo “se fulano estivesse vivo”, mas posso extrapolar essa fronteira e dizer que, se Buddy não tivesse encerrado sua carreira de maneira trágica e prematura aos 22 anos (alguém já viu o filme “La Bamba”?), talvez os Beatles, Rolling Stones e demais artistas não teriam sido o que foram. Na real: o cara era incrível!

Assim como Mr. Frank Sinatra em seu “Songs for swingin lovers” e suas canções “enxutas” de 3 minutos, nesse disco a fórmula se repete com maestria. Melodias com arranjos modernos e vocais que mais pareciam interpretados que cantados. No vocal o cara parecia um ator! Em “That’ll be the day”, Buddy tem uma impostação de voz fantástica, quase teatral. “Rock me my baby” tem uma levada muito rockabilly e “Lonesome tears” poderia ter saído de um disco dos Beatles.

Uma das maiores vantagens de se ouvir os 1001 na ordem cronológica, como estou fazendo, é que é possível perceber as alterações pelas quais a música vai passando em seu caminhar. Tendo ouvido os discos que ouvi até agora, uma mudança fica perceptível: mesmo poucos, os álbuns são suficientes para notar que algo no ar está mudando. Buddy Holly é a prova disso. Depois de vários discos tão marcadamente anos 50 (exceção honrosa para Louis Prima), Buddy mais parece vindo do futuro! Um Marty McFly de óculos de aros grossos e cara de nerd.



Faltam muitos discos até lá, mas quando chegar em “American Pie” de Don McLean, farei um gancho e todos perceberão que os anos passam, mas a música é imortal!

Uma palhinha de “Rock me my baby” só pra dar água na boca...

Rock me my baby by rafaelramires


Veredito final: obrigatório para qualquer um que queira entender de onde o rock veio. E perceber que quase tudo o que foi feito depois parece soar familiar...

Próxima vítima: Count Basie – The atomic Mr. Basie. A capa faz você pensar uma coisa, mas quando você ouve...Aguardem!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Frank Sinatra - Song for swingin' lovers


Estamos na Copa de 2014.

Argentina e Brasil na final.

Argentina ganhando de 3 a 0.

Nos últimos 10 minutos de jogo a Seleção Canarinho milagrosamente, e majestosamente, faz 1, 2, 3 e 4 gols nos últimos 5 minutos, sendo o último, um gol contra de Messi!

É assim que descrevo esse disco de Frank Sinatra. Depois de “In the wee small hours” e seu clima de ressaca, “Songd for swingin’ lovers” é um verdadeiro passeio ao sol!

Desde a primeira música um espetáculo, com canções fantásticas (“Anything goes”, absurdamente linda, “How about you”, excitante!), arranjos gloriosos (Nelson Riddle, o mesmo de Wee small hours, sempre brilhante!) e a presença de um Frank totalmente à vontade, no lugar que é seu por direito. O de estrela. E não no de estrela (de)cadente!

Em “Songs for swingin’ lovers”, Frank elevou à perfeição o conceito de canção de 3 minutos. Se você der uma “googlada” em 3 minute songs verá que esse tempo é referente à duração dos antigos singles, pequenos discos de uma música de cada lado (na época em que existiam discos. Hoje em dia nem eles existem mais. Até o CD está indo pro espaço!), muito populares na época dos Beatles. Salvo por “We’ll be together again” com seus 4 minutos e meio, todas são canções curtas com um grande apelo no ritmo, e que, desta maneira, cativam e pedem para ser escutadas várias vezes.

Não só em termos de alegria ao cantar, mas, no background desse disco, a vida e carreira de Mr. Blue Eyes era repaginada. Uma renovação no interesse das massas pela voz de Frank aconteceu. Depois de ter sua imagem manchada pelo caso Ava Gardner, era aparente que, pelo menos em termos musicais, os dias de tristeza haviam ficado no passado.

Em resumo, um disco delicioso de ser ouvido do início ao fim, de trás pra frente, enfim, de qualquer maneira. Um Fator Pula Faixas baixíssimo! Cada canção merece ser ouvida, senão uma, várias vezes!



Veredito final: absolutamente perfeito! Merece figurar na lista dos 1001 e em qualquer outra lista que venham a fazer daqui pra frente. É refrescante como uma cerveja trincando em um dia quente!

Próxima vítima: The Crickets: The “Chirping” Crickets. A banda da lenda Buddy Holly! Cara....você não imagina que pérola é esse disco!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Novos cabeçalhos

Galera!


Agora eu estou alterando o visual do blog de tempos em tempos. Não terei toda semana um cabeçalho diferente. Estou, por enquanto, fazendo somente umas experiências com novas fontes.


Sugestões de novos cabeçalhos serão bem vindas!


Grande abraço!

domingo, 8 de maio de 2011

Duke Ellington – at Newport

Para inicio de conversa, esse disco se trata de um disco de jazz. Jazz é um ritmo que, nos dias de hoje, não encontra muitos admiradores na minha idade. Ritmo de difícil acompanhamento, seja batendo o pé, seja cantarolando. Em geral, seus compositores procuram torna-lo o mais incompreensível possível (exemplo de Thelonius Monk, comentado daqui há alguns posts).

Claro, toda regra tem sua exceção. Não que Edward Kennedy “Duke” Ellington fizesse música pra se cantar a plenos pulmões ou refrões grudentos. Mas com certeza, em “at Newport”, várias músicas apresentam o apelo popular, mais swingado e atraente.

“Black and tan fantasy” é um exemplo do que disse. O trompete no início já prepara o ouvinte pelo que está por vir. Tem momentos que o instrumento parece falar! Ritmo mais facilmente digerido que as demais e com um enceramento desconcertantemente inspirado, uma tirada de sarro! Assim como uma versão de “Star spangled banner”, o hino dos EUA.

Mas a cereja do bolo é “Diminuendo in blue, crescendo in blue”. Para quem aguentar seus 14 minutos, terá valido à pena. Principalmente a melhor parte aos 12 minutos e meio! Um belo exemplo do poder do compositor Duke.

Este disco “at Newport”, na verdade não foi gravado ao vivo. Nem em Newport! Parte dos aplausos é “enlatada”. Aplausos de estúdio. Fato esse descoberto em 1996, 40 anos após o lançamento do álbum. O disco foi então reeditado com áudios do festival da época, o que jogou mais alguma luz sobre a persona de Duke e seu ritmo contagiante. Principalmente às várias desculpas dadas à platéia por Duke durante o decorrer do disco!



Vamos aos comentários: fator pula faixas (FPF) um pouco alto para aqueles que não curtem jazz. Como não quero ser tendencioso, vou avaliar como se fosse um cara que não gosta de jazz. Totalmente inaudível para fãs do Restart! Mas quem liga pros fãs do Restart afinal? Brincadeirinha se houver algum entre os leitores!

Veredito final: Mistura jazz com swing definitivamente cai bem! Um bom som de fundo pra quem gosta de música de elevador, apesar de discordar totalmente com isso!

Próxima vítima: Frank Sinatra – Songs for swingin’ lovers. Praticamente irreconhecível depois de se ouvir “In the wee small hours”! Mr. Blue Eyes em sua melhor forma!

sábado, 7 de maio de 2011

Fats Domino - This is fats

Antoine Dominique “Fats” Domino com 21 anos atraiu a atenção dos Estados Unidos com a música “The fat man” em 1949. Na época, o simpático gordinho da foto não tinha noção do que acabara de fazer, mas em 2 minutos e 35 segundos, puro rock n’roll invade nossos ouvidos. Essa canção não faz parte das faixas desse álbum, mas as que compõem este long-play seguramente animam qualquer festa!

Com “Blueberry hill” já se tem idéia que o cara não estava pra brincadeira. Excelente balada com um ritmo delicioso. Paul McCartney já disse uma vez, mas me esqueci de tomar nota quando foi, que o acompanhamento do contrabaixo pode ser feito somente com o piano, caso de “Lady Madonna”. Fats faz isso com maestria em boa parte das músicas. A presença do piano dá às faixas um peso (sem sacanagem com o gordinho!) na medida perfeita.

O disco pode ser ouvido na íntegra sem que nenhuma das faixas estrague o conjunto. Esse é outro fator que eu vou explorar daqui pra frente. O FATOR PULA FAIXAS (FPF)!

Quanto maior o FPF de um disco mais dá vontade de passar pra próxima!

Esse, seguramente, tem um FPF tendendo praticamente à zero!




Ouvir todas as faixas faz você se sentir no banco de um conversível, dirigindo despreocupadamente por uma rodovia! Dá até pra imaginar a cena!

“Blue Monday”, “La la”, todas sensacionais.

Muito bom mesmo! Quem quiser escutar, não vai se arrepender.

Veredito final: Mais um disco que definiu o que o rock é hoje em dia. Um disco de “peso”.

Próxima vítima: Duke Ellington – Ellington at Newport. Jazz + Ellington = Chique2!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Louis Prima - The WILDEST!

Se eu tivesse eu ouvir somente um disco pelo resto de minha vida seria Seargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Por isso mesmo me doeria fisicamente deixar The WILDEST! para trás.

Talvez por se tratar de um dos melhores que eu já tenha escutado na minha vida.

Não! Não estou superestimando esse aqui. A verve e irreverência do swing de Louis Prima ficam escancaradas assim que ele abre a boca. O homem é fantástico no palco e ao microfone. Tendo como faixa de abertura o medley magistral “Just a gigolô/I ain’t got nobody” (que eu fiz a finesse de colocar um trecho no blog) você só fica parado se estiver em coma ou for surdo. A cada nova música a vontade de pular da cadeira, aumentar o som, enfim, mexer o esqueleto, fica mais e mais insustentável. Louis era um “entertainer”. Aquele tipo de artista que faz da sua interpretação algo por vezes sensual, irresistível até para própria banda! Na faixa “Oh! Marie”, só para citar o exemplo, em dado momento Prima deixa desconcertado o saxofonista Sam Butera ao improvisar sem aviso prévio algum. Em plena gravação!

Excerpt - Just A GigoloLouis Prima by rafaelramires

Um momento para situar todo mundo no tempo e espaço.

Estamos em 1954 e Louis Prima, um frontman (líder) de big band viu a popularidade do gênero se esvair. Então com 43 anos, casado com uma garota de 22 anos e com filhos precisava de uma repaginada em sua carreira. Necessitando mostrar sua nova forma de arte, alugou o Sahara Lounge em Las Vegas, apesar da negativa do amigo Cab Calloway que avisara da reputação dos lounges de Vegas em sepultar carreiras. Era o que o dinheiro conseguia no momento. Desde sua estréia um sucesso estrondoso, sempre com casa cheia. Louis Prima e banda eram acompanhadas por outro talento nato: Keely Smith. Meninos e meninas! Que voz! Só ouvindo pra se ter idéia!

O álbum The WILDEST! foi gravado em estúdio mas com todos músicos tocando juntos, em takes únicos, sem trucagem de edição, para manter o espírito da banda em Vegas e seus shows cheios de improvisação.

Conselho: faça um favor aos seus ouvidos e ouça The WILDEST! Juro que você não será o mesmo.

Veredito final: tal qual uma tatuagem, depois de ouvir este disco ele nunca mais sairá da sua lembrança.

Próxima vítima: Fats Domino – This Is Fats. É o rock’n roll tomando forma. Redondo é uma forma, né?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

The Louvin Brothers - Tragic Songs of Life

Você conhece bluegrass? Então com The Louvin Brothers – Tragic songs of life você toma um porre de bluegrass!

Assim que você liga o toca-disco e baixa a agulha no bolachão, a agradável “Kentucky” inicia os trabalhos do primeiro long-play dos irmãos Louvin. Todas as músicas têm arranjos muito parecidos, o bandolim sempre presente e os demais instrumentos no acompanhamento e depois se revezando. Tudo muito bonito e bem arranjado! O bluegrass em sua essência é isso. Um sub-gênero do country, misto de música folk irlandesa e inglesa, e por aí vai....

Mas a verdadeira beleza do álbum (se assim posso dizer) está nas letras da dupla. Além do gospel, principal tema da dupla, estão histórias de desilusões amorosas de cortar os pulsos (Let her go, God bless her!), lugares onde a única esperança é a morte (In the pines) e pra fechar a lista mórbida, um estilo musical chamado murder ballads. Isso mesmo! Baladas de assassinatos. O exemplo perfeito é a “Knoxville girl”. A música começa contando a história de uma moça que, durante um passeio com seu namorado, é agredida, pede pela própria vida (o que não adianta nada, óbvio!) e acaba seus dias no fundo de um rio! Simples assim!

Vendo a dupla mais de perto, suas vidas não foram muito diferentes das músicas que cantavam. Ira Loudermilk (o verdadeiro sobrenome da dupla) em certa ocasião levou vários tiros de sua então esposa. E não morreu!

Em 2001 a dupla entrou para o Country Hall of Fame, consagrando uma carreira que influenciou inúmeros artistas desde a música country até outros gêneros musicais.

Veredito final: Do ponto de vista histórico, vale à pena ouvir um precursor de gêneros. Do ponto de vista da comédia, as letras são um show a parte.

Próxima vítima: Louis Prima - The Wildest! O Rei do Swing (pensou sacanagem, né?)

domingo, 1 de maio de 2011

Agradecimento!

Galera!


Toda grande jornada começa com um passo. (Mao Tsé Tung)
E nesse caso são 1001 passos!


Tenho visto que algumas pessoas já têm se manifestado sobre os discos que comecei a comentar. Só posso deixar aqui registrado meu agradecimento e espero poder contar com muito mais gente lendo e opinando sobre o que escrevo. Como já disse, não sou crítico de música (nem tenho essa pretensão!), não li o livro do Robert Dimery (então meus comentários são isentos) e o que quero é fazer dos 1001 um passeio agradável (às vezes doído, eu admito!) pela produção musical dos últimos 50 anos.


Novamente, meu muito obrigado e vamos juntos nessa luta!